quarta-feira, 29 de setembro de 2010

OTOLU/OXOSSI,ODÉ/NGUNZU - PARTE II - ANGOLA



• Ngunzu: - Engloba as energias dos caçadores de animais, pastores, criadores de gado e daqueles que vivem embrenhados nas profundezas das matas, dominando as partes onde o sol não penetra.


Mutakalambo


Entre os Tshokwé, o primeiro caçador mitológico de todos os tempos éKawa ka Tschimbundu, considerado um Hamba poderoso prescrito pelo "Tahi" (Adivinho) na maioria das vezes em que há necessidade de harmonizar o caçador.
Mutá é um Hamba encontrado entre os Tschokwé, no qual aparece como uma divindade dos caçadores terrestres. Sua representatividade é um cão, aquele capaz de farejar a caça, companheiro inseparável dos caçadores e que também recebe Itumbu (Filtros mágicos) para adentrar as matas.
Mutá aparece sempre, nos cultos, acompanhado de Sambongo (figura masculina) e Nambongo (feminina) que têm como primeira função tornar a caça benéfica, protegendo os caçadores que reside nas florestas. Acompanha também Mutá o Hamba Samukishi (O senhor das máscaras), aquele que recebe a primeira Menga do animal abatido e que somente depois será ofertado a Mutá. Portanto, dentro de um Tshipanga (Cercado onde se encontram os Hamba), Mutá nunca se apresenta só.
Nas regiões de Luanda, Mutakalombo, aparece como uma divindade dos animais aquáticos e sob as suas ordens encontram-se: Kaiongo (sua esposa) que também está ligada aos animais terrestres, Samba Zundo que ocupa também o lugar de esposa de Mutakalombo.
Segundo Oscar Ribas: Mutakalombo - espírito que superintende na esfera dos animais aquáticos. Entidade espiritual da fauna aquática.
Foi cônego, saiu de Portugal, andou por muitas localidades e morreu velho, razão por que assim é invocado nos seus cânticos. Finou-se num montículo de Salalé, num Musseque das imediações de Luanda.
É único com esse nome, passando a adaptar nas atuações seu cão é o jacaré, de que se serve para punir uma falta grave. Em várias pesquisas Mutakalombo aparece como divindade aquática, que utiliza seu jacaré (Ou crocodilo) para arrebatar mulheres na beira d’água com a finalidade de servi-lo. Aquelas que conseguem sobreviver e retornam, recebem o poder de Mutakalombo para sacerdote.
Junto com Mutá, encontramos Mutanjinji, divindade feminina que superintende a esfera dos animais terrestres, é a “Entidade da Fauna Terrestre”.
Encontramos também Kabila que serve a Mutanjinji e tem ligação com Mutakalombo, sua função é a de Pastor. Quando um caçador não consegue abater uma peça de caça, e, por intermédio de um Xinguilador (Feiticeiro-Nganga), suplica a Kabila sua intervenção, este lhe proporciona alguns animais que furta ao amo, difícil de aceder a tais pedidos.
Após a caçada, o caçador, como testemunha de verdade, apresenta ao Xinguilador as caudas dos animais abatidos. Na sua presença, ajoelha-se bate palmas de reverência e, tomada à bênção, informa-o do número de cabeças mortas.
Regressando ao mato, esquarteja todas as peças e torna a voltar á casa do Nganga com a carga. Então, cozinham as miudezas e, com a referida iguaria, brinda os Calundus(Divindades justiceiras e mendicantes), que se manifestam no Xinguilador em estado de possessão.
Durante a partilha, o caçador permanece de joelhos. Em caso de ingratidão para com a divindade, isto é, se não lhe participar o resultado da caçada, jamais tornará a abater uma só peça. É a punição.
A palavra Kabila vem de Kubila, que significa "Pastorear".
Vale a pena ressaltar que a classe mais alta entre os Bantu é a do caçador, em seguida vem a dos Ferreiros, e que vários são os ídolos de caça, mas aqui citamos apenas os conhecidos dentro do culto Angola/Kongo no Brasil.
http://cobantu.com/divindades/minkisi_mutakalambo.htm

QUALIDADES:


ARIRÈ – ligação com Zazi - Danda - Lemba
BARANGUNANJE - ligação com Pambunjila - Danda
BARANGUANJE - ligação com - Zazi - Danda
GANGOLA – ligação com Lembá - Kavungu - Danda
GONGOBILA - ligação com Danda - Telekompensu
HINGUÈ – ligação com Katende - Kavungu - Zumbá
INDARO - ligação com Nkosi - Zazi
KABILA - ligação com - Katende
KAIZA – ligação com Zazi - Nkosi - Danda
KASSANGUANJE - ligação com Zazi - Danda - Nkosi
KITALA MUNGONGO - ligação com Danda - Kaiangu
KUTALA - ligação com Hangolò - Mina Aganji - Mina Lugano - Kavungu
MUHANGUE - ligação com Kaiala
MUSSAMBURA - ligação com Zumbá
MUTAKALAMBO (o mais velho de todos) - ligação com Kavungu - Lembá
MUTALAMBÔ - ligação com Kavungu - Kitembu
SANDANGUANJE - ligação com Zazi - Danda
TALA MUZANGUÈ - ligação com Nkosi
TATA KEWALA - ligação com Kaiangu - Mina Aganji - Mina Lugano
TAWÀ MUGONGO – ligação com Nkosi
TAWAMIN – ligação com Nkosi - Danda - Kaiangu

Ervas: arruda miúda, bredo de santo Antônio, caiçara, cana de macaco, capim limão, pitanga, capeba, eucalipto, guiné, erva santa, folha de goiaba, hortelã, lagrima de nossa senhora, são Gonçalinho. Esímho cheiroso.
Flores: Flores do campo, orquídeas, flores silvestres.
Frutas: goiaba, amora, cajá, carambola, manga, coco, cereja, pitanga.
Oferendas:
Lombí ( abóbora cozida com um pouco de dendê e azeite doce),
Didoca ( mandioca cozida com melado ),
Assola ( milho vermelho cozido com feijão carioca com azeite doce e dendê),
Efuanga ( cozido de folha de mandioca ),
Doces: cocada, cural, pamonha, pé de moleque, suco de pitanga.







VODUM AZIZA



AZIZA

Aziza é um vodún anão das florestas da África Ocidental, que confere grande força e poder com a capacidade de curar os homens através de seu excepcional conhecimento das ervas.) 
Vodun Aziza é representado por São Benedito
Dia consagrado: quinta-feira
Comida: Weli sivo amanjé - bata doce cozida, amassada e temperada no dendê, com lascas de coco.
Cores: Verde, vermelho e amarelo que simbolizam a esperança e o vigor e atraem conquistas e prosperidade.
Características do Orixá: Aziza é criativo e prudente. Foi quem ensinou Legba, o segredo das ervas. Usa o ponuhan (2 lanças tipo arpão).
Aziza é o Atinsa beto (homem árvore).
Seu número é o 7 (criatividade).
Sua evocação: "Man Iezum!" (Boas folhas, estou aqui!).



Certa vez um caçador que emigrou para uma determinada área bem florestada, estranhou por que a caça estava à cada dia que passava mais reduzida, num dia em que caçava no interior de uma floresta, onde aprofundou-se, e sem ouvir sequer um ruido, voltando-se depara com um ser pequenino, tipo anão, de olhos luzentes e avermelhados como brazas vivas, era Azizà, grande amawato (curandeiro), azètɔ ́(feiticeiro) e protetor dos animais e plantas das florestas que se apresentou e lhe perguntou o que ele fazia ali? O caçador respondeu que estava em busca de caça, porquê estava com fome. O pequeno ser, então, disse que da próxima vez que voltasse, troussesse dois frangos para comer, mas que lhe faria um “bò” para que nunca faltasse comida em casa, já que fazia muitos e com distintas finalidades. Mas o que seria o tal “bò”? O caçador muito assustado com tudo isso, voltou para casa pensando como poderia levar dois frangos se somente tinha um galo e uma galinha?
Chegando em casa, para seu maior espanto, sua galinha botara muitos ovos, e alguns chocaram, e dalí se pôde tirar os frangos e levar para a floresta para que aquele gênio lhe preparasse o “bò” para sua prosperidade. O caçador penetrou na mata e assobiou chamando Azizà que lhe entregou uma estatueta esculpida em madeira, e lhe ensinou como tratá-la. Ele retornou com o “bò” e a partir dalí suas criações e campos cultivados prosperaram incessantemente, então o “bò” passou a ser adorado como objeto de culto vodún que desempenha funções místicas específicas. 


Aziza (Poema)
Aziza, clarividente espírito nos profundos abismos. Nem seus pés ou mãos deixam vestígios. Na trilha dos volumosos arbustos intercalados, sem cortes, sem ferramentas ou pirilampos na noite. Seu corpo e sua mente passaram por moradas do medo, trilhas iluminadas pelo escuro opaco e preto para entrar no reino cobiçado, mas de desconhecidos gênios.
Aziza, tua lenda alimenta várias histórias, canções e contos, e para a conta do seu destino para sempre enganados. A série de mistérios brota na lenda ancestral. Quem reforça o seu passado e seu personagem reanima a contesta. Em um solo úmido ou madeira podre, enlameada, na floresta ou sobre os montes nus, a chuva é a suspeita de tuas virtudes e de seu colorido, de seu nada e de seus feixes de madeira morta.
Em seu pensamento e seus gritos de pesados silêncios, algumas glórias ao segredo de sua medida. Outros afirmam a fúria de sua ira. Mas para todos, és uma estadia de profundidade desconhecida. Seu conhecimento das plantas, Aziza, faz da floresta, o maior hospital de Deus, que sábio pára, para assistir na madrugada ou à noite.
Você confia na serpente que levanta a folha e faz os mortos retornarem à vida, desde o sapo. Em pálida tristeza, por vezes o guerreiro procura sua ajuda, que é de uma forma desconhecida de todos os homens.
Na palma do Iroko Centenário você recolhe a água, que o céu em misericórdia enviou ao seu pedido. A procissão do vento acompanha o seu produto, e o sopro de suas localizações em passos surdos sem tentar manter o seu legítimo lugar. Invisível ao homem, com seu talento e sua íris, é Aziza no seu mítico, vagando longe dos perigos.
Tu visitas a nossa coragem em nossas entranhas, forja envergonhada, e é eleito um prodígio em sua volta, enquanto que transformou. De sua força, eles têm uma grande consciência, mas em sua memória, eles perderam a faixa, despossuídos pelo véu do passado, do cordão umbilical da sobrevivência. Eles, seus poderes e seus dons para proclamar os benefícios.
Da sua boca a palavra que alivia e cura, de suas mãos, a receita que se refere à doença. Com base nisso, eu baseio a minha crença – Aziza – na sua existência, feito desfoque e mistério que não sai. Aziza, o espírito do gênio, continua a ser aquilo que sempre foi. (Por: Fiangor, Rogo Koffi.)



Fonte: http://papoinformal.wordpress.com