sábado, 14 de maio de 2011

XAPANÃ/SAKPATA/NSUMBO - PARTE II - OMOLU/OBALUAYE


A História dos Iorubá em meados do século XVIII, relata que um surto de epidemia da varíola dizimou a população de Abeokuta. Centenas de pessoas morriam todos os dias, metade da população fora atingida. Os governantes locais realizam uma sessão e um certo número de adeptos de Sòpònná foram executados e outros expulsos, e suas casas incendiadas. OMOLULU OROGBO Divindade que se funde ao culto de Sòpònná mas em muitas localidades não se confunde. A região de Kétou, cidade fronteira entre a Nigéria e o Benim, é a única região em todo o território ioruba onde Obalùàiyé eOmolu são considerados, ao que parece, como uma única divindade... Seu templo é separado de sua mãe mítica NãNã Buruku... Com essa mesma característica ele é conhecido no Brasil, onde a influência Kétou é muito grande entre os descendentes de escravos que para lá foram levados. Em Ile Ife não existe culto à Omolu e muitos ali o desconhecem. Contrário na região Mahi, onde seu culto se destinge totalmente de Obalùàiyé.... ao que se sabe, seu culto se originou do Oeste Iorubá...A tradição local da Cidade de Topli, no TogoOmolulu Orogbo é considerado uma divindade feminina, que saiu das água segurando um sasara  emblema ritualístico e em uma das mãos e um gbada – facão na outra. Este facão é uma representação do crocodilo, animal sagrado entre as divindades dos rios... Em Abeokuta Omolu é considerado um Òrìsà feminino, onde o Culto à Sòpònná esta proibido desde 1884, divide seu templo com NãNã Buruku e a ambas as divindade, quando se oferece sacrifícios de animais não se utilizam de facas... É possível que existam duas divindades com o mesmo nome, um de cada sexo, conforme se verá... Na cidade de AbeokutaOmolu é chamado de Olù Odò – senhor do riacho (água) e Omolu Òrìsà omi ni – Omolu é uma divindade das águas... Esse riacho é conhecido com Odomolu  o riacho de Omolu e esta localizado em direção ao poente... De suma importância mencionar, que o Templo de NãNã Buruku esta voltado em direção ao poente e neste são realizados as oferendas somente ao por do sol, da mesma forma que se pratica nos Terreiros Tradicionais da Bahia... Na Cidade de Aise, existe em seu templo uma grande lança esculpida, denominada de Oko Omolu, na qual são representados por três personagens superpostos, representando Òsumare, o próprio Omolu e Iroko... Em Dassa Zoumé Omolu é duplo, masculino segurando um facão e feminino segurando um abebe – leque e um irukere – rabo de cavalo... Seu culto foi trazido de Aja Aguna e agregado em Dassa Zoumé na época do Rei Onigbo – quarto soberano de Dassa Zoumé...Nas proximidades de Atakpamé, cidade do Togo onde existe um dos principais templos de NãNã Buruku, em uma aldeia igualmente chamada de Adja Agouna, existe um templo dedicado à Omolu Arawe uma divindade masculina... em outra aldeia da região, conhecida por Gbekon, encontra-se um templo de sua contrapartida feminina, denominada de Omolu Idji Aguna... Nesta região ambos os Omolu são divindades totalmente distintas de Soponná e o sacrifícios de animais à Omolu Arawe Omolu Idji Aguna são realizados sem que se utilize uma faca para imolar o animal... seus interditos são o vinho de palmeira no que se diferencia de Obalùàiyé onde são ofertado este tipo de vinho...



SASARA OWOO emblema ritualístico mais importante do Culto à Obalùàiyé e Omolu é denominado de Sasara-owo. Trata-se de um atado de nervuras de folhas da palmeira; revestidos de tecidos e palha da costa; ornamentados com uma grande quantidade de búzios, ostentando opulência e as mais diversas contas; onde dentro deste acomoda-se um de seus maiores enigmas, o segredo da vida e da morte, a cura ou a proliferação das doenças, sobretudo as que alteram a temperatura corporal do enfermo. Os feixes dentro do corpo do Sasara representam coletivamente os ancestrais, os mortos contidos na terra. Devem ser confeccionados por um sacerdote altamente qualificado, preparado para manipular representações tão poderosas. Tem a finalidade de controlar os Espíritos da Terra para o seu espaço sagrado, eliminar as energias negativas da comunidade, sobretudo as doenças, proporcionando a longevidade. Nele esta o segredo da vida e da morte, a cura ou a proliferação das doenças, sobretudo as que alteram a temperatura corporal do enfermo. Quando as doenças são liberadas do Sasara, este tem como desígnios divinos ou punição de uma comunidade no intuito de uma renovação de vida. Em algumas linhagens o Sasara de Omolu se diferencia ao utilizado por Obalùàiyé do qual contém um detalhe a mais, a ponta de uma lança em sua extremidade e suas cores são características, o preto e o branco.







Texto: Baba Guido

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